6 de janeiro de 2012

Nem sempre a lápis (248)

Levantou-se sem acender a luz e olhou pela janela. Trovejava no mar; forte e feio. Ele achava bonito. Fixava os olhos e sustinha a respiração, entre o relâmpago e o trovão. O céu estilhaçava-se, por instantes; ribombava no silêncio, fulminava o quarto.
Não eram cacos de um espelho. Neles, seria sempre visível. Um todo fragmentado. Era o vidro estilhaçado de uma montra. Um vestígio.

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